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O DESDOBRAMENTO ASTRAL (Parte II)

 

O sucesso no desdobramento astral deve ser uma meta presente na vida do estudante gnóstico. Precisamos focar a nossa disciplina diária nisto, para dar a lição deixada pelo V.M. Rabolu e finalmente começarmos a adquirir o conhecimento pertencente ao círculo mesotérico. 

 

Se o desdobramento astral é o nosso objetivo, precisamos estudar a fundo os aspectos que estão nos impedindo de alcançá-lo. A fim de corrigi-los e avançar. 

 

Passamos anos praticando mecanicamente, sem obter resultados. E se nunca os conquistamos, se  deu  pelo fato de

que nos mantivemos errando no mesmo ponto, sem buscar novas estratégias.

 

Devemos lembrar que, como tudo na vida é regido pela lei das oitavas, nossa prática também é. Sempre a iniciamos pela nota DÓ e seguimos até chegarmos a uma pausa que acontece entre o MI-FÁ. Se o passamos, continuamos ascendendo até chegar a outra entre o LÁ-SI. Estas pausas são momentos em que precisamos empregar um esforço maior para continuar. Representam um obstáculo que precisamos transpor para seguir adiante e se o esforço não é empregado, a dificuldade não é superada, desistimos antes de atingirmos o resultado. 

 

Qual é a pausa que está detendo nosso avanço em relação ao astral? 

 

A preguiça, que sopra em nosso ouvido que já estamos cansados demais e deveríamos virar de lado e dormir? 

 

O nosso corpo, que pinica, coça e não quer ficar parado? 

 

A ansiedade, que nos tira do estado de concentração quando os sintomas do desdobramento começam a surgir? 

 

Enfim, se almejamos o êxito, precisamos ser estrategistas. Diagnosticar o nosso erro, qual a dificuldade que nos estanca, para dar mais um passo rumo ao nosso objetivo. 

 

O trabalho interno é constituído por um conjunto de técnicas e disciplinas, que aplicadas no nosso dia a dia convergem para o despertar. 

 

Ao usarmos a agenda, disciplinamos a mente, fortalecemos a atenção focada, desenvolvendo a concentração, que é uma faculdade indispensável para sair consciente do corpo e para se deslocar no mundo astral. Fazendo este exercício, percebemos que vivemos tudo de um modo muito superficial e que em nossas práticas acontece o mesmo, porque a nossa psicologia passa o dia neste mecanismo de superficialidade e mecanicidade. Olhamos, mas não vemos. Tocamos, mas não sentimos. Escutamos mas não ouvimos... Então, na hora da prática não mergulhamos, ficamos na superfície... 

 

Oxalá, tivéssemos a concentração desenvolvida! Sentaríamos e em poucos minutos sairíamos de nosso corpo físico plenamente conscientes. Afinal, desdobrar-se é algo natural, nosso centro instintivo se encarrega do processo e tudo acontece perfeitamente. 

 

Se observarmos uma pessoa saudável deitando-se para dormir ao fim de um dia de trabalho, em poucos minutos podemos perceber ela se desdobrando, pelos movimentos involuntários que sinalizam o desprendimento, pelo estado de relaxamento, pela respiração abdominal... 

 

 

A mente tensiona o corpo! 

 

Quantas vezes perdemos o sono por estarmos com a cabeça cheia de ideias, ou preocupações? Se a mente está no controle, nosso centro instintivo não consegue assumir o comando e providenciar a sequência de processos que sucedem involuntariamente todas as noites quando vamos dormir e culminam no desdobramento. 

 

Numa prática acontece o mesmo. 

 

Quando entendemos que o nosso corpo sabe se desdobrar tudo se torna mais simples. Pois paramos de entrar numa armadilha comum: a mente querendo administrar a prática. 

 

Isso de supervisionar, examinar, duvidar, ter pressa, avaliar os sintomas, receios quanto ao resultado, fazem parte do estado de uma mente ativa. A mente, governada pelo ego e suas intermináveis expectativas, toma o comando, o centro instintivo não consegue agir, e assim acabamos exaustos e sem resultados. 

 

- Muitas vezes, confundimos este estado de CONTROLE MENTAL, com consciência... 

 

Diante destas interferências que mencionamos, devemos sempre suplicar a Mãe Divina pela morte destes eus e imediatamente voltar o foco para aquilo que será nosso instrumento de atenção durante a prática, nossa âncora: o mantra, a concentração no coração ou no som da glândula pineal. Assim, conservando a mente passiva e com um estado de atenção receptivo, de entrega, tudo flui espontaneamente. 

 

entrega é um estado de fé, de conexão, de certeza, de aprendizado e aceitação. Quando nos dirigimos a uma prática entregues às nossas partes internas, não carregamos a cobiça pelo resultado, mas sim o conforto da certeza que nosso Pai e nossa Mãe estarão ali ao nosso lado, nos dando a mão durante todos os passos, nos auxiliando em nosso aprendizado para a conquista do Astral! 

 

Preguiça é um eu que boicota nossa prática e a vencemos confrontando seus hábitos. O pequeno esforço de sair do leito para praticar, ou adotarmos uma posição distinta da que usamos costumeiramente para dormir, não nos aconchegamos de forma tão confortável, são métodos simples que desarticulam a inércia que sentimos quando estamos dominados por este ego. 

 

Estas disciplinas, devem sempre ser acompanhadas da morte, pois assim vamos nos desvencilhando definitivamente destas limitações internas. 

 

Podemos aproveitar a madrugada para exercitar a saída em astral consciente. No silêncio da noite, após o corpo haver descansado e se libertado das tensões do dia anterior, tudo fica mais propício. Como dissemos, é conveniente sair do leito, a fim de ludibriar a preguiça que nos instiga a não praticar. Veja como a preguiça nos engana com suas mentiras. Ela nos coloca um cansaço sem medida, que nos pesa o corpo, nos dando a sensação de que é impossível desempenhar a tarefa, porque a indisposição física é muito grande. No entanto, é tudo um engano, pois ao praticarmos na madrugada nosso corpo continuará com o benefício do repouso, a diferença é que estaremos exercitando nossa consciência e isso só nos trará bem estar e disposição. Precisamos desmontar estas armadilhas do ego, que organizou nossa vida para garantir sua subsistência. Devemos organizar nossa existência em função do Ser. 

 

Serão estes pequenos sacrifícios que determinarão os primeiros passos para nosso despertar. 

 

Não existe a possibilidade de continuarmos fazendo tudo da mesma maneira e conquistarmos resultados diferentes. A revolução da consciência exige mudanças da nossa parte. 

 

 

Prática do Saltinho

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“Se quisermos chegar ao despertar da Consciência, à autoconsciência, teremos que trabalhar com a Consciência aqui e agora. É precisamente aqui, neste mundo físico, onde devemos trabalhar para despertar a Consciência. Quem desperta aqui, desperta em todas as partes, em todas as dimensões do Universo.” (V.M. Samael) 

 

A técnica do “Saltinho”, é um presente que o V.M Rabolu no deixou para experienciarmos o mundo astral. 

 

Ela consiste em ao longo do nosso dia, recordando de si, nos perguntarmos: “Será que estou no mundo físico ou astral?” E darmos um pequeno salto com o intuito de flutuar. 

 

Tudo aquilo que fazemos repetidamente no mundo físico, repercute no mundo astral e esta técnica tem o seu êxito baseado nesta máxima. 

 

Então, quando nos submetemos a disciplina diária de saltarmos, o mesmo acontecerá no astral. Como lá as leis são distintas do mundo físico e não existe a gravidade, flutuaremos, voaremos. Proporcionando-nos um choque na consciência, nos abrindo a realidade de que estamos na quinta dimensão. 

 

Existe um atributo da essência, importante a ser trabalhado junto desta técnica, a capacidade de assombro. 

 

Toda criança pequena, por estar com a essência ativa, carrega esta capacidade de assombro, que é a faculdade de se maravilhar com as coisas diminutas e às vezes simples, da vida. Por exemplo, de perceber a sutileza das transformações do jardim da casa em que se vive e assombrar-se com isso! 

 

Este estado é algo que nós adultos perdemos, pois cada vez que olhamos algo distinto, como um inseto raro na parede, ao invés de nos permitirmos o encanto (assombro) que desfrutávamos na infância, imediatamente nossa mente começa buscar rótulos para atribuir aquele ser desconhecido: “Uma aranha?”, “Será venenosa?”, “Veio atraído pela luz”, “Melhor colocar para fora”, “melhor matar, pois poderá voltar”. E por aí vai... 

 

Podemos perceber, que quando estamos num ambiente, esperando para sermos atendidos, nos mantemos no nosso mundo interior, hipnotizados com os intermináveis debates mentais, lembranças e considerações. Pegamos o celular, ou uma revista para nos distrair, mergulhamos na história da vida de alguém famoso, completamente identificados, esquecidos de si... Com o intuito nocivo de procuramos algo que solucione o desconforto do tempo de espera, tomados pelo sono da consciência. 

 

Ao passo, que uma criança pequena investigaria cada canto daquele ambiente desconhecido, mexendo em tudo, alicerçada no agora, atenta e exercitando o assombro. 

 

É muito produtivo associar esta capacidade de assombro à técnica saltinho. Então, cada vez que algo distinto acontecer, exercitamos o assombro e aplicamos a técnica. 

 

Exemplos: 

 

*Nossa colega de trabalho chega com um corte de cabelo novo. 

 

*Encontramos uma pessoa que não víamos a muito tempo 

 

*Nasce uma flor diferente no jardim. 

 

*Muda o sentido do trânsito nas ruas da nossa cidade. 

 

Enfim, se procedemos assim no mundo físico, por repercussão faremos da mesma maneira no astral e ao nos depararmos com uma praia formada por seixos negros (diferente da costumeira areia clara da costa brasileira), nos assombramos, daremos o saltinho com a intenção de flutuar e flutuamos! 

 

Neste instante, imediatamente devemos nos dirigir para nossas partes internas fazendo a seguinte súplica: “Meu Pai, leve-me a Igreja Gnóstica!” São estas experiências, que alimentam nossa alma, de conhecimento e esperança, para seguir a árdua luta contra si...

 

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Para avançar no caminho espiritual, precisamos estar livres de sentimentos de incapacidade ou inadequação. Eles devem ser eliminados, pois estes defeitos criam uma distorção na nossa percepção. Colocando o desdobramento como algo distante, usando argumentos como: “estivemos tanto tempo no movimento e nada”. A diferença que existe do passado para o agora, é que nunca nos dedicamos a implantar disciplinas a fim de atingir nossos objetivos. Com essa mudança, daqui a um tempo, olharemos para traz e perceberemos que quando iniciamos nossa disciplina para desdobrar, a dificuldade era ficar imóvel e que fomos praticando, domando o corpo, morrendo nos egos que geram o incômodo e hoje isso é algo completamente superado, o corpo não incomoda mais. 

 

“Bem, olhe, a mim o Mestre Samael nunca me deu disciplina. Damo-la nós. Quando se quer servir para algo, vai implantando sua própria disciplina” (V.M. Rabolu) 

 

Precisamos compreender que sempre haverão desafios. Por hora, estamos construindo a faculdade do desdobramento, mais a frente nos depararemos com aprendizados referentes ao mundo astral e suas particularidades. Precisamos dar o primeiro passo, sair da inércia que nos assola e começar a conduzir nossa existência fixada na meta do despertar. 

 

Devemos nos entregar ao nosso Pai no dia a dia e durante os momentos de interiorização. Imprimir dentro de nós a intenção de ser um instrumento da vontade Dele. Nossas partes internas anseiam por esta reconexão. Anseiam que olhemos para o Céu em busca de luz, que façamos brilhar nossa essência, para poderem nos ajudar. 

 

Tornemo-nos cientistas do viver. Atuemos em nosso cotidiano, buscando um estado de consciência distinto, uma atenção, uma presença! Assim a verdadeira mudança começará a se processar! 

 

Paz Inverencial!

 

 

*Colaboração: irmãos gnósticos da S.O.S.