Um dos grandes desafios na atualidade, diante de tantos desequilíbrios em nossa sociedade (crises econômicas, morais, de saúde, degeneração de valores,
discussões nas redes sociais, etc.) é o de adquirirmos o domínio de nossa mente. A Mente é como um cavalo, que precisa ser domado, para poder trabalhar a nosso favor. Com o domínio de nossa mente podemos trabalhar também para atingir o equilíbrio dos centros e vamos gradativamente tendo êxito nas práticas esotéricas.
Para ter êxito em qualquer pratica esotérica é necessário concentração. Concentrar é manter a mente focada em um só pensamento ou objetivo sem esquecer-se de si mesmo. Se esquecermos de nós mesmos já não é concentração , mas sim identificação com outros pensamentos ou objetivos. Concentrar é trazer para o centro...
A concentração é um dos fatores do Óctuplo caminho nobre do budismo, extremamente importante para nos libertar deste mundo tridimensional para experimentarmos os mundos superiores. Todas as práticas que dá o VM. Samael dá resultado se nós nos concentrarmos de forma correta: “Devemos beber do vinho da meditação na taça perfeita da concentração”. Devemos, pois, sermos atletas da concentração. Porém, muitas vezes a realidade a qual nos encontramos pode ser bem diferente
Fazer várias coisas ao mesmo tempo, falta de horário, falta de organização, prejudicam o bom funcionamento do cérebro e definitivamente não combinam com o ser gnóstico. O estresse causado por uma mente em desordem causa danos terríveis á memoria, ao raciocínio e afetam a concentração...
Organização para desenvolver a concentração
A ferramenta principal a ser utilizada está relacionada à agenda, ensinada pelo V.M. Rabolu. Precisamos eleger as atividades mais importantes a serem realizadas no dia e irmos desenvolvendo-as uma a uma, com plena atenção, sem nos distrairmos no que estamos fazendo ou encerrarmos uma tarefa muitas vezes sem ter chegado a um mínimo proposto pela mesma.
Importante aqui também não chegar ao abuso do que estamos fazendo, saber trocar de centro da máquina humana no momento adequado, evitando o seu desequilíbrio.
Internet
Quantas vezes nos propomos a organizar o ambiente em que estamos ou a fazer uma prática de meditação e acabamos por antes dar aquela olhada no celular, nas redes sociais e por ali permanecer 10, 15, 30 minutos? Nosso cérebro está condicionado a buscar prazer imediato e a fugir da dor, então ele busca escapatórias a tudo que exigir esforço e a tudo que gere resultado de médio e longo prazo.
Devemos ir desenvolvendo o auto domínio e para isso vamos buscar a MOTIVAÇÃO para as atividades que precisam dedicação e esforço. Vamos treinar nosso cérebro a reconhecer os benefícios da meditação para nosso corpo, mente e alma, por meio da provisão ou imaginação criadora. Vamos buscar nos visualizar felizes, centrados, equilibrados, em paz e com sabedoria. Vamos refletir e pesar na balança, trocar 10 minutos de rede social por 10 de meditação, o que ganhamos e o que perdemos. Devemos priorizar nossa alma.
Os Dois lados do cérebro e a concentração
Entre o espírito e o corpo existe um mediador: o sistema nervoso. E devemos cuidá-lo, não sobrecarregá-lo, dando descanso sempre que possível. Nossa cultura cartesiana nos levou desde muito tempo a usar muito mais o lado esquerdo do cérebro, o pensar, o raciocinar. A inteligência emocional que tanto se fala na atualidade nunca foi ensinada nas escolas. Existem atualmente alguns projetos caminhando para isso, porém a cultura do pensar ainda é bem mais forte. Acontece que só usar um lado do cérebro prejudica as sinapses (comunicação entre os neurônios) e daí surge a falta de memória, os famosos brancos e também a falta de concentração.
Podemos exercitar os dois lados do cérebro por meio da arte (tocar instrumento...), do desenho livre, do xadrez, do jogo de memória, aprender outra língua, ouvir música clássica, ou música para relaxamento. Outra forma de acessar o lado direito do cérebro para equilibrar com o esquerdo, é contemplar a natureza com suas formas geométricas, com seus números, cores, sons, cheiros e texturas, melhorando assim a comunicação entre os neurônios.
Como resultado, trabalhar o lado direito do cérebro nos possibilita acessar nossa criatividade, intuição, compreensão, acesso às emoções superiores... “Este hemisfério tem facilidade para criar imagens, visualizar, fazer associações, lidar com desenhos, diagramas e emoções.”
E não poderíamos deixar de mencionar, é claro, a meditação, esse é um exercício que une as duas partes do cérebro. A meditação, exercícios de relaxamento, nos proporcionam experimentar o estado alfa (estado em que as ondas cerebrais tem frequência diminuída).
Quando diminuímos o ritmo cerebral para alfa nossa consciência expande, a ansiedade desaparece e experimentamos sensação de paz e bem-estar. “O relaxamento atento ou o profundo, produzem aumentos significativos de beta-endorfina, norepinefrina e dopamina, ligados a sentimentos de clareza mental ampliada e de formação de lembranças”. É um estado ideal para o pensamento sintético e a criatividade, funções próprias do hemisfério direito. O efeito de uma prática bem feita pode durar horas e até mesmo dias, proporcionando além da alegria, disposição e ânimo para nossas batalhas diárias. O que estamos propondo com tudo isso é um equilíbrio entre razão e emoção.
Atenção Plena: Um estilo de vida
Devemos encontrar em nós a essência e nela permanecer. Permanecer na essência é viver as sete virtudes (ALTRUÍSMO, DILIGÊNCIA, CASTIDADE, HUMILDADE, MANSIDÃO, FILANTROPIA E TEMPERANÇA). A recordação de si mesmo feito de forma contínua desenvolve o centro de gravidade permanente na essência e nos coloca a viver o aqui e agora de instante a instante. Esse exercício também desenvolve o sentido espacial (desenvolve a telepatia, intuição...) e consequentemente amplia a auto-observação.
Atenção plena é estar centrado, é acalmar a mente e ficar tranquilo. Para isso ajuda muito manter uma respiração tranquila e corpo relaxado. Voltar a atenção à respiração e ao coração durante o dia é, pois, de grande ajuda para desenvolvermos a concentração correta. Cuidar da alimentação e fazer atividade física também contribuem para o bom funcionamento do cérebro e ajudam a ter boa concentração.
PRÁTICA
Quando trabalhamos e nos propomos a olhar com sinceridade, para as molas que movem nossas ações, tudo tende a melhorar e adquirir leveza! Podemos ir nos desfazendo de nossos conflitos buscando o silêncio da mente! Com o silêncio da mente vamos adquirindo paz. Não pode haver AMOR onde não há Paz, nem pode haver PAZ onde não há AMOR! Devemos ir nos limpando e purificando: Quão belo é morrer de momento a momento! Só com a morte advém o novo.” Devemos nos integrar a nossa Divina Mãe e fazer cumprir seu oitavo mandamento: ‘QUE HAJA PAZ”.
“Seja puro em pensamento palavra e obra”. Devemos cuidar da nossa mente e não permitir que dentro do nosso templo entre os maus pensamentos, tampouco devemos permitir que de nossa boca saiam palavras que machuquem os demais. Nosso verbo deve trazer paz e esperança a toda humanidade, que já está deveras sofrida.
Tivemos a oportunidade de observar e estudar os sete pecados capitais e certamente notamos a tagarelice interior e canção psicológica: pensamentos que não cessam e que hora pensa o melhor de nós, alimentando a vaidade e autoestima e hora reclama do que fizeram para nós. Essa conversa interior causa muito conflito interno e externo e precisa ser calada.
Silenciar a Mente (parte 1) - Exercício
Existem dias em que nossa mente está muito agitada e podemos trabalhar com o judô psicológico, ensinado pelo V.M. Samael. Desta forma, mentalmente (usando a vontade consciente) daremos ordens a ela, para que se cale e nos obedeça: - MENTE, ESTOU FAZENDO TAL COISA NESTE MOMENTO! ORDENO QUE TE CALES! OBEDEÇA-ME! Assim mostramos a mente nossa intenção pela mudança e nos pomos em seguida a usar a concentração, em uma tarefa que queremos realizar (inclusive numa prática). Também, nestes momentos, podemos balançar algumas vezes a cabeça de lado a lado (semelhante a um dos movimentos feito na Dança dos Derviches). Isto ajuda a desconectar nossa mente de nosso cérebro naquele momento em que estamos sendo atacados, aquietando-a por alguns instantes. O trabalho com a morte em marcha também deve ser exercido, pois em muitos casos esta agitação mental está relacionada a determinados Eus ou problemas em que estamos passando.
Silenciar a Mente (parte 2) - Exercício
Vamos nestes dias fazer o exercício da empatia e gratidão
- Colocarmos no lugar do outro
- Ouvir o outro com interesse
- Não criticar ou julgar
- Só ouvir, evitando ao máximo falar sobre si mesmo
- Enaltecer o outro ou elogiar (buscar ser sincero)
"Nossos sentimentos nunca devem seguir o caminho do egoísmo, do ódio, da vingança e do rancor. Devemos ser piedosos para não alimentarmos sentimentos ruins dentro de nós. A gratidão, o bem querer, a estima e consideração, são fatores que alimentam a alma."
- Ao contrário das reclamações da canção psicológica, vamos buscar compreender, pois toda situação nos oferece um aprendizado.
- Vamos também procurar motivos para agradecer, podemos quem quiser fazer uma lista.
- Vamos procurar perdoar as pessoas que nos magoaram. (“Perdoa as nossas dividas assim como perdoamos nossos devedores”)
Silenciar a Mente (parte 3) – Exercício
Concentração no coração - O caminho da sabedoria e do amor
- Conjuração, círculo mágico, relaxamento e oração pedindo ajuda aos Pais Internos
Depois de relaxados, deitados, de preferência em decúbito dorsal (boca para cima) vamos voltar a atenção ao nosso coração, imaginá-lo como ele é de verdade, sua cor, forma... Depois vamos entrar no coração e ver o sangue entrando e saindo, o movimento de sístole e diástole... Depois vamos entrar numa célula deste coração e chegar ao átomo, vamos imaginar que este átomo é o sol e vamos ver raios, relâmpagos, ouvir trovões e neste momento vamos imaginar que entramos numa floresta, vamos procurar sentir o sol esquentando nossa pele, ouvir pássaros cantando, ouvir um riacho correndo, sentir bem estar, por estar num lugar tão agradável e cheio de paz. No meio desta floresta está a deusa Kakini, uma parte do nosso Real Ser que pode nos levar à quinta ou sexta dimensão. Vamos imaginar um Ser realmente belo e de olhar amoroso. Neste momento, com a mente quieta, vamos pedir a ela que nos desdobre em astral ou podemos jogar fora este único pensamento e deixar nossa mente totalmente em branco. Com boa concentração e dose de sono, vamos lograr ter experiências que alimentarão nossa alma e desenvolverão consideravelmente nosso chacra cardíaco.
Importante não forçar qualquer prática, podemos começar aos poucos e ir desenvolvendo a concentração de tal forma que ao entrar no átomo sentiremos nosso corpo muito pequeno.
Paz Inverencial!
*Colaboração: irmãos gnósticos da S.O.S.